O mês de setembro traz uma abordagem importante de um tema delicado: o suicídio. Sob o lema “Se precisar, peça ajuda!”, a campanha Setembro Amarelo 2024 é uma convocação para que todos falem e reflitam sobre saúde mental, buscando suporte em momentos de crise. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o suicídio representa um grave problema de saúde pública global, com mais de 700 mil mortes anuais – um número que pode ultrapassar 1 milhão quando se consideram as subnotificações. No Brasil, cerca de 14 mil casos são registrados anualmente, resultando em uma média de 38 suicídios por dia.
Iniciada em 2005 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a campanha tem o objetivo principal de alertar sobre os sinais e perigos da depressão. José Luis Leal de Oliveira, psiquiatra da Kora Saúde e integrante da diretoria da APES (Associação Psiquiátrica do Espírito Santo), esclarece as principais causas, sintomas, sinais de alerta e tratamentos da depressão
Como acontece o diagnóstico da depressão?
O diagnóstico da depressão requer a identificação de sintomas persistentes por, no mínimo, duas semanas. Além do fator tempo, é essencial considerar o impacto desses sintomas na vida da pessoa, bem como a presença de sinais específicos. O diagnóstico é feito com base em uma avaliação clínica cuidadosa, levando em conta tanto a duração quanto a intensidade dos sintomas e o prejuízo funcional causado por eles.
Como pode ser definida a depressão?
A depressão é caracterizada pela diminuição da energia necessária para o funcionamento físico e mental. Esta redução pode levar a episódios depressivos, que se manifestam por um humor persistente de baixa energia e motivação.
Quais são os principais sintomas?
Os sintomas incluem desânimo, dificuldade para sentir prazer, mau humor, irritabilidade, sentimento de vazio, desmotivação, isolamento social, alterações no sono e apetite, e pensamentos negativos persistentes. Estes sintomas, quando presentes por no mínimo duas semanas, são indicadores significativos de um episódio depressivo.
Quais são os tipos de depressão e suas características?
Existem diversos tipos de depressão, que variam desde formas mais tranquilas e lentificadas até outras com sintomas de inquietação e ansiedade. Destacam-se a depressão unipolar e a bipolar, a última com episódios alternantes de humor elevado e depressivo.
Há níveis de depressão?
Sim, a depressão pode ser classificada em leve, moderada e grave. A intensidade dos sintomas e o impacto no funcionamento global da pessoa variam de acordo com o nível, afetando a vida social, afetiva, profissional e financeira.
Quais são as principais causas?
As causas da depressão são múltiplas, incluindo fatores genéticos e estressores ambientais como traumas e negligência ao autocuidado. É essencial descartar causas físicas através de exames médicos gerais.
Existem grupos mais propensos a desenvolver depressão?
Todos estão suscetíveis à depressão, especialmente em um contexto de alta pressão e estresse. A faixa etária de maior risco para o primeiro episódio é entre 20 e 30 anos, embora a depressão possa surgir em qualquer idade. Fatores como baixa autoestima, alta autoexigência, abuso de substâncias, e histórico familiar também aumentam o risco.
A depressão tem cura?
Sim, é possível que algumas pessoas se curem da depressão. Aproximadamente 35% dos pacientes podem se recuperar com um tratamento simples. No entanto, avanços na compreensão e tratamento das depressões resistentes têm melhorado as perspectivas para pacientes que antes não respondiam aos tratamentos convencionais.
Quais são os tratamentos?
Os tratamentos incluem medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida. Para quadros resistentes, há opções como escetamina intranasal, estimulação magnética transcraniana, eletroconvulsoterapia e estimulação do nervo vago. O apoio da família também é crucial.
Quais hábitos de vida auxiliam no tratamento?
Adotar um estilo de vida saudável é fundamental para o tratamento da depressão. Isso inclui combater o sedentarismo, manter uma alimentação equilibrada, garantir qualidade de sono, evitar substâncias prejudiciais, e desenvolver relacionamentos afetivos saudáveis.
Setembro Amarelo é um momento para refletir sobre a saúde mental, promover a conscientização e incentivar todos a buscar ajuda. Falar sobre depressão e suicídio pode salvar vidas. Se você ou alguém que você conhece está passando por um momento difícil, não hesite em buscar apoio.
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PAMELA CRISTINA ALVES DA SILVA GAMA
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