O Mato Grosso registrou um aumento de 30 mil pessoas ocupadas no setor do comércio, entre 2012 e 2021. Os dados constam na Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento comparou as características estruturais do segmento empresarial da atividade de comércio, num período de 10 anos. Segundo o estudo, em 2021 o setor ocupou um total de 214.560 pessoas, no MT. Em 2012, eram 183.579 pessoas.
A pesquisa avalia os três principais segmentos: comércio de veículos, peças e motocicletas; comércio por atacado; e comércio varejista. Segundo o IBGE, houve um crescimento de 16% no número de unidades locais com receita de revenda das empresas comerciais no MT. O total de unidades locais passou de 26.080 em 2012, para 30.258 em 2021.
Também houve aumento de quase 2 mil unidades no comércio varejista e no comércio atacadista. No comércio de veículos, peças e motocicletas o crescimento foi de 161 unidades.
De acordo com o estudo, em 2021 o salário médio mensal recebido por trabalhadores em cada divisão de atividades aumentou de 1,8 para 2,1 salários mínimos. Em comparação a 2012, houve um aumento no salário médio recebido no comércio por atacado e de veículos, peças e motocicletas, com crescimento de 2,6 e 2,0, respectivamente, para 3,3 e 2,1 salários mínimos em 2021. O salário médio no comércio varejista também aumentou para 1,7.
Dentro dessa situação, o economista Aurélio Trancoso destaca que, diante dos resultados, é possível notar que os melhores salários do país em relação ao setor se concentram nas regiões Sul e Sudeste, que, por sua vez, também são as regiões que mais empregaram pessoas até 2021.
“Os melhores salários hoje estão no Sudeste e no Sul, teve um aumento pequeno, mas teve. Depois o centro-oeste, com aumento praticamente igual do Brasil, acompanhou o aumento brasileiro. E você tem Norte e Nordeste com os menores aumentos em termos de salário mínimo. Quando você fala de pessoas ocupadas, as regiões sul e sudeste são as que mais empregam e são as que dão melhores salários”, diz.
Apesar das reduções, a receita bruta do MT em 2021 triplicou de valor, em comparação ao ano de 2012, registrando R$ 242 bilhões. Do total, R$ 62 bilhões (25,6,6%) foram gerados no comércio varejista; R$ 165 bilhões (68,3%) no comércio por atacado; e R$ 62 bilhões (6,1%) no comércio de veículos, peças e motocicletas.
O economista Luigi Mauri observa que, apesar da relativa melhoria que ocorreu no comércio, não houve uma recuperação total com relação ao período pré-pandemia. Ainda segundo o especialista, houve mudanças no comportamento de consumo dos brasileiros.
“Até 2021, a gente consegue observar claramente que o consumidor teve uma preferência por vendas online, quer dizer, as vendas físicas no comércio diminuíram e as vendas online cresceram. Ainda não é a predominância, mas elas tiveram um bom destaque nesse período até 2021. Isso pode apontar uma tendência para os próximos anos de o consumidor preferir comprar do conforto da sua casa, online em vez de ir ao comércio fisicamente”, explica.
Pesquisa Anual de Comércio (PAC)
O IBGE realiza a Pesquisa Anual de Comércio desde 1996. Segundo o instituto, as informações retratadas na PAC são indispensáveis para a análise e o planejamento econômico das empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo.