Historicamente, o infectologista tem um papel imprescindível na saúde pública brasileira e mundial. No entanto, desde março de 2020, a especialidade tem ganhado ainda mais destaque por conta da pandemia de Covid-19 e, mais recentemente, da epidemia de dengue que atinge diversos estados do Brasil.
No próximo dia 11 de abril é comemorado o Dia do Infectologista. A data foi instituída em 2005 pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) em homenagem ao nascimento do médico sanitarista Emílio Ribas.
O último levantamento Demografia Médica no Brasil, de 2023, mostra que o número de infectologistas registrados no Brasil quase dobrou em dez anos, passando de 2.591 em 2012 para 4.736 médicos em 2022– aumento de 82%. A tendência é que o crescimento seja ainda maior nos próximos anos.
A pesquisa também traz outra informação interessante sobre a especialidade: a maioria dos infectologistas registrados no país são mulheres – 58,4%. Um exemplo é a médica infectologista Dra. Natália Reis, coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Santa Casa de São José dos Campos, referência na região do Vale do Paraíba.
De acordo com a especialista, os infectologistas desempenham um papel fundamental no sistema de saúde brasileiro, especialmente durante emergências sanitárias, como a pandemia de Covid-19. “É desafiador e, ao mesmo tempo, gratificante”, avalia.
“Por um lado, os infectologistas estão na linha de frente no combate à doença, trabalhando arduamente para entender o vírus, tratar os pacientes e desenvolver estratégias de prevenção. Lidamos com altos níveis de estresse, longas horas de trabalho e a constante pressão de tomar decisões críticas para salvar vidas. Por outro lado, ser infectologista tem uma grande sensação de propósito e significado em nosso trabalho, sabendo que estamos fazendo a diferença durante uma crise de saúde global”, complementa Dra. Natália.
Sobre a grande quantidade de mulheres na especialidade, a infectologista afirma que “a diversidade de gênero traz diferentes perspectivas e abordagens para a prática médica”. “Essa diversidade pode levar a melhores resultados para os pacientes. Também é importante para promover igualdade de oportunidades e representatividade em um campo historicamente dominado por homens”, diz.
Relevância da especialidade no Brasil
No contexto brasileiro, onde várias doenças infecciosas são endêmicas, como dengue, zika, febre amarela e HIV, o infectologista ganha ainda mais destaque na rede de saúde pública. “Somos essenciais para o manejo adequado dessas doenças”, pontua Dra. Natália.
Foi justamente pensando no cuidado com os brasileiros, que a especialista decidiu seguir o caminho da infectologia. “Foi um interesse profundo em entender e tratar doenças infecciosas. Além de ter uma paixão por ajudar os outros, lidar com desafios complexos e em constante evolução e contribuir para a saúde pública.”