Porque falar em neoindustrialização e não em reindustrialização? Na verdade, sabemos que o processo de neoindustrialização é uma abordagem de renovação e fortalecimento da indústria brasileira, que há décadas busca fomentar o desenvolvimento econômico e social do país, tornando-se mais inovadora, eficiente, sustentável e integrada ao mercado internacional, na medida em que a implantação do seu processo deve trazer mais competitividade e condições de concorrer em mercados mais desafiadores.
A neoindustrialização é diferente da reindustrialização, pois envolve agregar novos valores e novas tecnologias à manufatura tradicional e pode se constituir uma estratégia importante para o Brasil se tornar mais competitivo no mercado global. No entanto, é preciso um planejamento cuidadoso e investimentos em tecnologia e inovação para aumentar a eficiência da produção.
De acordo com o Portal da Indústria,” a neoindustrialização é o processo de modernização e evolução da indústria, enfatizando inovação, compromisso ambiental e integração com cadeias produtivas internacionais. Ela está inserida em um contexto global de políticas industriais modernas, muitas vezes orientadas por missões, que são estratégias que buscam trazer respostas aos grandes desafios de nossa sociedade, como o combate às mudanças climáticas ou acesso à saúde de qualidade”.
Mas apesar de necessária, a neoindustrialização terá que vencer muitos desafios no Brasil, como a aprovação de uma reforma tributária que simplifique processos, incentive a inovação e desonere as exportações e os investimentos produtivos. Terá que enfrentar também a necessidade de melhoria da infraestrutura física e digital do país, que atualmente encarece os custos de transporte, logística e comunicação. É preciso investir em obras que melhorem as condições das rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e redes de internet, facilitando o rápido escoamento da produção industrial.
Para suportar adequadamente esse processo, o País precisa ainda de qualificação da mão de obra industrial, por meio da educação. Para que a reindustrialização do país se torne uma realidade, é preciso melhorar a qualidade da educação básica e profissionalizante, além de incentivar a formação superior nas áreas científicas e tecnológicas.
O País precisa de um ambiente de negócios seguro, com regras claras e definidas, inclusive para manter a taxação de matéria prima e estar atento a setores fornecedores de insumos, que podem desestabilizar o setor produtivo, como é o caso do aço, cuja ampliação da alíquota de importação trará consequências desastrosas para o setor de máquinas e equipamentos em particular e para a indústria de transformação em geral. Podemos dizer que vulnerabilidades desse tipo podem contribuir para dificultar o processo de neoindustrialização do País.
Dessa forma, consideramos oportunas ações que envolvam a articulação entre governo, setor privado e a sociedade, com a finalidade de promover o desenvolvimento e bem-estar da sociedade brasileira.
*Gino Paulucci Jr. é engenheiro, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ
Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U