A data é dedicada à conscientização sobre o preconceito enfrentado por pessoas com obesidade. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) estimam que exista cerca de 1 bilhão de obesos: 650 milhões adultos, 340 milhões adolescentes e 39 milhões crianças. E estes números estão crescendo. Para tratar a doença, considerada uma epidemia mundial, é essencial entender que a obesidade não é apenas uma questão de aparência ou escolha pessoal, mas sim um problema influenciado por diversos fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais.
“A obesidade é uma condição crônica que afeta pessoas de todas as idades, sendo uma doença complexa e multifacetada, frequentemente associada a outras doenças graves como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e até certos tipos de câncer”, ressalta o Prof Dr Durval Ribas Filho – médico nutrólogo, Fellow da Obesity Society FTOS (USA), presidente da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) e autor do livro ‘Obeso Acolhido’.
O especialista explica que nem todo obeso tem essa característica porque quer. “Para alguns indivíduos, a predisposição genética desempenha um papel significativo na obesidade. Estudos mostram que determinadas condições hereditárias podem afetar o metabolismo, a distribuição de gordura no corpo e a sensação de saciedade, dificultando o controle do peso”. Ele destaca, ainda, os outros fatores que podem implicar na obesidade:
Hormonais – Desequilíbrios hormonais, como os que ocorrem em condições como o hipotireoidismo, a síndrome de Cushing e a síndrome dos ovários policísticos (SOP), também podem contribuir para o ganho de peso excessivo e a dificuldade em perder peso.
Psicológicos – Já se sabe que a saúde mental está intrinsecamente ligada à saúde física. Transtornos como a ansiedade, depressão e os distúrbios alimentares podem levar ao comportamento alimentar compulsivo, onde o alimento é utilizado como uma recompensa e uma forma de lidar com emoções difíceis.
Ambientais – O local onde vivemos também tem um impacto significativo. Acesso limitado a alimentos saudáveis, falta de espaços e estímulos para atividades físicas e o estresse do dia a dia contribuem para a prevalência da obesidade.
Reconhecer a complexidade da doença é o primeiro passo para combater a gordofobia e promover a saúde de forma inclusiva. Ela deve ser abordada com a ajuda de profissionais qualificados, como médicos, nutrólogos, nutricionistas e psicólogos. “A luta contra a gordofobia não é apenas uma questão de combater o preconceito, mas também de promover a compreensão e o cuidado com a saúde de maneira abrangente. Ao focar na saúde e bem-estar, podemos ajudar a construir uma sociedade mais empática, que apoia todas as pessoas em suas jornadas individuais para uma vida saudável”, conclui o médico.
Obesidade em destaque
Os avanços nos tratamentos da doença são destaques de palestras nacionais e internacionais no CBN 2024, o XXVIII Congresso Brasileiro de Nutrologia, promovido pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia), que acontece entre os dias 26 e 28 de setembro, em São Paulo.
Dentro da grade nacional, palestras como “Por que ficamos obesos: Mecanismo Neurometabólico” e “Como Tratar a Obesidade com Agentes Farmacológicos: hoje e no futuro”, proferidas pelo Prof. Dr Durval Ribas Filho e, ainda, a apresentação “A Terapia Cognitiva Comportamental no Transtorno de Compulsão Alimentar em pacientes com sobrepeso e obesidade” do Prof Dr. Fabiano Robert, médico nutrólogo e Docente dos cursos de Pós-Graduação da ABRAN.
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ANDREA ROSA SIMOES
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