Sem corredores cobertos, com estacionamento na frente das lojas e vitrines voltadas para fora, os strip malls, na tradução literal “shoppings em linha”, já são bem conhecidos nos Estados Unidos, sendo referência do varejo de lá por oferecer soluções de conveniência e serviços ao consumidor que reside ou trabalha na região. Apesar do modelo de negócio ter chegado ao Brasil há algumas décadas, ganhou força na pandemia, e vem a cada ano conquistando maior ritmo de crescimento.
Com mais pessoas trabalhando, ao menos parcialmente, a partir de casa e a busca por maior comodidade e qualidade de vida, existe uma mudança significativa no perfil do consumidor brasileiro, e é nesse movimento que se multiplicam os strip malls, empreendimentos que fortalecem o comércio de vizinhança. Quase 70% dos empreendimentos nesse formato no Brasil possuem menos de 5 anos, o que indica um mercado ainda muito jovem e com relevantes possibilidades.
Levantamento mais recente da Associação Brasileira de Strip Malls (ABMalls) mostra que o modelo que predomina hoje no Brasil é o de menor porte, de até 1.500 m². E mais de 90% dos estabelecimentos ainda ficam na região Sudeste, o que indica grande oportunidade de crescimento nas demais áreas do país, ainda pouco exploradas, mas que estão se movimentando.
Em Goiás, por exemplo, existem empresas que estão atentas às oportunidades e investem nesse mercado, como a BP Real Estate Pro, que entrega soluções em ativos imobiliários. “Percebemos que existe uma mudança de hábitos por parte do consumidor e, além de atender às expectativas desse novo público, com o modelo de negócio é possível reduzir substancialmente os custos de operação”, explica Marcos Blanche, sócio diretor da BP Real Estate Pro. A empresa lançou cinco strip malls nos últimos dois anos na região Centro-Oeste e trabalha com investidores que buscam oportunidades de diversificar a carteira de forma segura.
O servidor público Glauber Oliveira Barroso fala sobre a comodidade: “É um local compacto que atende muito bem as nossas expectativas. Antes eu malhava em outra academia que não era tão longe, mas tinha que pegar o carro pra ir e não era 24 horas. Aqui ficou muito mais prático, além de ser bem melhor poder vir andando e apreciando a cidade de uma outra forma. Com certeza representa mais qualidade de vida.”
Mercado de vizinhança e o novo consumidor
Um estudo realizado pela Kantar Worldpanel em dez países da América Latina, incluindo o Brasil, apontou que 68% dos latinos fazem suas compras perto de casa, optando pela conveniência da proximidade ao ponto de venda. Analisando apenas os consumidores brasileiros, este número chega a 77% segundo pesquisa realizada neste ano pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Dentre os principais motivos para a escolha, somando 40% dos indicadores, estão o conforto, comodidade, agilidade e facilidade. Outras razões também foram citadas pelos consumidores, como acessibilidade e localização (17%); costume e conhecimento do local (15%) e preço (9%). “A mudança de hábito impacta até mesmo a saúde das pessoas, uma vez que esses empreendimentos têm áreas abertas que facilitam a circulação, o que mantém os clientes confortáveis, sem perderem de vista seus objetivos de consumo”, avalia Marcos.
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