A saúde integral é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o completo bem-estar físico, mental e social. Nesse contexto, o Programa de Atendimento Multiassistencial (AMAS), ambulatório pediátrico gratuito gerido pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL) e mantido pela entidade filantrópica Umane, direciona esforços para melhorar a qualidade de vida tanto do usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto dos profissionais que o acompanham.
De acordo com a OMS, a saúde integral resulta dos seguintes aspectos: alimentação saudável, atividade física regular, sono de qualidade, controle do estresse, prevenção ou cessação do tabagismo, consumo moderado de álcool e acesso a serviços de saúde. “O Brasil, país de dimensões continentais e com grandes disparidades de renda, tem muitos problemas a resolver para que todos esses elementos façam parte da realidade dos seus cidadãos”, afirma Evana Figueiredo Monteiro, coordenadora médica do AMAS Umane.
“O sofrimento psíquico, que pode levar ao adoecimento físico, decorre muitas vezes das condições ambientais às quais o indivíduo é exposto. O estresse pode derivar de situações relacionadas ao trabalho, desemprego, insegurança alimentar, relações familiares e outros determinantes sociais de saúde, como escolaridade, moradia e transporte público. Por sua vez, o estresse pode contribuir para o aumento dos níveis pressóricos e glicêmicos, o que, a longo prazo, pode causar condições crônicas como hipertensão e diabetes, as quais são fatores de risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares. É um círculo vicioso”, explica Monteiro, que possui formação em medicina de família e comunidade e cuja experiência inclui a assistência em atenção primária no município de São Paulo.
Esse cenário mostra a relevância de um profissional de saúde olhar não somente para a doença, mas para a pessoa doente e o processo de adoecimento. “O êxito do tratamento está intimamente ligado à compreensão da conjuntura econômica, social e familiar do paciente. Orientamos nossos profissionais a procurarem as lacunas que impedem a adesão às suas recomendações. Por exemplo, se a pessoa tem escolaridade suficiente para compreender a prescrição médica; se a realidade financeira da família permite à criança ter uma alimentação mais saudável, conforme instrução de nossos nutricionistas; ou mesmo se o paciente possui condições de armazenar e transportar medicamentos e insumos, no caso daqueles que utilizam dietas”, diz Monteiro.
A médica ressalta a importância de se direcionar esforços para melhorar o bem-estar físico e mental também dos profissionais de saúde. “Eles trabalham sob grande pressão. Não é fácil lidar com um público infantil adoecido, muitas vezes sentindo dor, e com pais preocupados, temerosos e apreensivos”, destaca Monteiro. “Além da pressão, pode surgir um sentimento de impotência, pois há limites naquilo que esses profissionais conseguem fazer, uma vez que a saúde dos usuários do SUS depende de fatores que não estão sob seu controle”. Essa situação leva à angústia e ansiedade, o que reflete na própria saúde mental e física, com surgimento de distúrbios do sono, dores na cabeça e no corpo. “Promovemos um ambiente acolhedor, com escuta ativa e valorização das entregas, pois a frustração e excesso de cobrança provocam adoecimento, absenteísmo e, em mais um círculo vicioso, reverberam no estado de saúde dos pacientes atendidos por esse colaborador”.
Sobre o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL)
Fundado em 2008, o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL) nasceu com o propósito de fortalecer a atuação social voluntária da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês na saúde pública do Brasil, tendo como missão levar a excelência administrativa e operacional, já reconhecida no setor privado, às esferas municipais e estaduais do País.
Atualmente, o Instituto é responsável pela gestão de 10 equipamentos de saúde: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), Hospital Geral do Grajaú (HGG), Hospital Regional de Registro (HRR), AME Interlagos, Hospital Regional de Jundiaí (HRJ), AME Jundiaí, AMAS Umane, Núcleo de Saúde da Fundação Lia Maria Aguiar, Ambulatório de Gratuidade e Serviço de Reabilitação Lucy Montoro de Mogi Mirim.
Sobre a Umane
A Umane é uma associação isenta e sem fins lucrativos que apoia iniciativas no âmbito da saúde pública com o objetivo de contribuir com um sistema de saúde mais resolutivo e de melhorar a qualidade de vida da população brasileira. Em 2022, a Umane apoiou 17 projetos, realizados de forma colaborativa com 53 parceiros, entre diversos setores da saúde, da sociedade civil e do poder público.
A Umane dirige seu apoio para três linhas programáticas: a Atenção Integral às Condições Crônicas, com iniciativas de controle dos fatores de risco, rastreamento, ampliação do acesso à saúde e ao monitoramento dos fatores de risco na Atenção Primária à Saúde; o Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde por meio do apoio a iniciativas que visem melhorias operacionais, de produtividade de equipes, de integração de serviços e da incorporação de novas tecnologias ao sistema de saúde e a Saúde Materno Infantil e Juvenil, financiando programas que acompanhem e monitorem desfechos desfavoráveis durante a gestação e as condições de saúde de crianças e adolescentes no contexto das Doenças Crônicas Não Transmissíveis e dos fatores de risco.