Os dados do PIB trimestral, divulgados nesta semana pelo IBGE, mostraram que o consumo das famílias (1,5%) superou o crescimento geral de 0,8%. Com isso, a estimativa é de que os bares e restaurantes tenham alcançado um faturamento de R$ 107 bilhões no primeiro trimestre, de acordo com a Abrasel. Até o fim de 2024, a projeção é de que o setor fature cerca de R$ 428 bilhões, um crescimento 3,3% em relação ao ano passado.
O aumento na renda familiar brasileira se destaca entre os motivos que contribuem para a alta no movimento dos bares e restaurantes. Em 2023, a renda média domiciliar per capita (por pessoa) subiu a R$ 1.848 por mês, alcançando o maior patamar em uma série histórica de doze anos. Esse resultado foi impulsionado, principalmente, por programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e pelo crescimento no número de pessoas empregadas. Até abril deste ano, foram criadas mais de 958 mil vagas formais de emprego no país, segundo o Ministério do Trabalho.
“Com maior poder de compra, é natural que as famílias brasileiras passem a redirecionar parte de seus salários para a alimentação fora do lar, como acontecia antes da pandemia. Esse movimento é essencial para a recuperação do setor, contribuindo para que bares e restaurantes se reergam e voltem a prosperar”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
As boas expectativas trazem alívio aos empreendedores do setor, que lidam com um alto número de dívidas acumuladas desde a pandemia, que impôs duras restrições aos estabelecimentos. Uma pesquisa realizada pela Abrasel, em maio deste ano, mostrou que 41% dos bares e restaurantes estão com pagamentos em atraso. Desses, mais da metade (72%) devem impostos federais, 53% impostos estaduais e 38% empréstimos bancários.
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TATIANE RAQUEL FERREIRA RIBEIRO
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