O Espro (Ensino Social Profissionalizante) e a Inciclo, empresa pioneira na fabricação e venda de coletores menstruais no mercado brasileiro, projetam encerrar 2023 com quase 15 mil jovens aprendizes instruídos por uma oficina sobre pobreza menstrual. Entre janeiro e agosto, quase 7,7 mil jovens participaram da iniciativa, idealizada para disseminar informações sobre o problema de saúde pública e que prevê, ainda, a distribuição gratuita de coletores menstruais. Outros 7 mil aprendizes deverão ser contemplados pela oficina até o final do ano, totalizando quase 15 mil pessoas impactadas.
A ação integra a segunda temporada do Projeto Novo Ciclo, trilha de conhecimento exclusiva voltada aos adolescentes e jovens do Programa de Aprendizagem do Espro e da Inciclo. Dos quase 8 mil jovens que finalizaram a oficina nos primeiros oito meses do ano, 2.194 jovens que menstruam solicitaram o recebimento de um coletor menstrual. A perspectiva é da entrega de mais 2 mil exemplares até o final do ano.
As filiais do Espro em Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro foram as que mais receberam solicitações de coletores, respectivamente.
Em pesquisa divulgada em fevereiro de 2022, relativa à primeira temporada do Projeto Novo Ciclo, 40% dos jovens que participaram da oficina afirmaram ter reconhecido que a pobreza menstrual é questão de políticas públicas. Além disso, 33% afirmaram ter aprendido que o tema não impacta somente mulheres cisgênero, mas também homens trans, pessoas não binárias e pessoas intersexo. Outros achados importantes do levantamento feito junto a jovens que menstruam: por questões financeiras, 42% deles relataram já ter utilizado um absorvente por mais tempo que o indicado e 32% disseram já ter vivenciado problemas financeiros para adquirir um protetor íntimo. A falta de um absorvente já fez com que 32% deixassem de ir a alguma festa ou encontro, 20% perdessem um dia de aula e 11% faltassem ao trabalho.
Segundo o relatório do estudo “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos”, publicado em maio de 2021 pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 713 mil meninas brasileiras vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.
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