“Gamer” é o termo utilizado para definir os aficionados por jogos online ou videogames, e atualmente, muitos se dedicam a essa atividade de forma profissional. O acesso dos jovens e adolescentes às novas tecnologias, permitiu que os jogos virassem tendência ainda mais constante entre muitos. A prática pode envolver horas e horas de duração, e o frequente uso de fones de ouvido com a exposição a altos níveis sonoros pode causar danos auditivos e até o risco de perda permanente da audição.
Um estudo publicado pelo jornal britânico The Guardian, que envolveu mais de 53 mil pessoas e 14 estudos globais, revelou o risco que o uso dos fones, durante as sessões de videogames, podem trazer para a saúde das pessoas, considerando que frequentemente seus níveis sonoros ultrapassam os limites seguros estabelecidos, que segundo a Organização Mundial de Saúde é de até 77 decibels.
Essa exposição prolongada a sons elevados pode causar zumbido e em casos mais extremos pode danificar as células delicadas do ouvido interno, a cóclea, e levar a uma perda auditiva gradual, conhecida como perda auditiva induzida por ruído (PAIR). Além disso, sintomas como dor de cabeça, irritabilidade, insônia entre outros também podem ocorrer.
A fonoaudióloga do Conselho Regional de Fonoaudiologia (CREFONO3), Claudia Giglio, especialista em Audiologia, reforça a importância de divulgar tais riscos, visto também que os jogos estão cada vez mais populares mundialmente, mesmo entre crianças, e exigem cuidados e medidas preventivas simples.
“A exposição ao som em elevada intensidade, mesmo que por tempo reduzido, mas por dias seguidos, pode danificar as células auditivas, que são insubstituíveis. A exposição por vários dias, em volume elevado, faz com que aquela sensação de ouvido tampado inicial se torne uma lesão permanente, uma perda auditiva irreversível” reforça a fonoaudióloga.
Pessoas que tendem a jogar por longos períodos, expostas a ruídos de impulso, como sons de tiros, músicas com batidas fortes e intensas – comuns entre os gamers, e em volume elevado, podem enfrentar esses riscos, mas se a atividade se dá de forma profissional e necessária, a especialista também como tomar algumas medidas necessárias, que diminuem o risco.
“Muitos gamers não sabem a seriedade e os riscos que enfrentam, sendo importante adotar iniciativas de proteção individual como uso de fones externos e com cancelamento ativo de ruído”, recomenda. Além disso, é importante controlar o volume, ou seja, a intensidade sonora, e o tempo de exposição. Muitos fones de ouvido têm controle de saída e é preciso conhecer qual o volume que está chegando na orelha interna, que não deve ser superior a 70 dB. O controle de tempo de exposição também é importante e varia de acordo com o volume da exposição. Por exemplo, volumes em 90 dBA só são seguros por no máximo 2 horas e 50 minutos por dia.
A Organização Mundial da Saúde recomenda como medida preventiva reduzir o som dos jogos abaixo de 60%, realizando pausas para evitar grande exposição à audição.
Informar e conscientizar toda população sobre os problemas pode ser um grande passo para contribuir na manutenção da saúde auditiva de milhares de crianças, jovens e adolescentes, que buscam se divertir com o uso dos videogames e acabam não ficando atentos às consequências para a própria saúde.
SOBRE O CREFONO3
O Conselho Regional de Fonoaudiologia – 3ª Região (CREFONO3), atuante no Paraná e em Santa Catarina, constitui, em conjunto com o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), uma autarquia federal. É responsável por zelar pelo cumprimento das leis, normas e atos que norteiam o exercício da fonoaudiologia, a fim de proteger a integridade moral da profissão, dos profissionais e dos usuários diretos. Ao zelar pelo exercício regular da profissão, o CREFONO3 protege o fonoaudiólogo daqueles que exercem inadequadamente ou ilegalmente a profissão, além de proporcionar melhores condições para que a população tenha um atendimento adequado ao consultar o profissional.
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