Vamos relembrar um pouco da história recente do cinema Brasileiro, dos laboratórios e de toda infraestrutura do audiovisual, que ficaram nos bastidores das câmeras, mas fizeram a diferença, sendo parte importante da retomada do Cinema e do surgimento do audiovisual como conhecemos atualmente.
Tragicamente, no início de seu governo, o presidente Collor de Mello, fez um desfavor ou favor, irá depender da ótica individual, extinguir a Embrafilme. Foi um caos. Uma enorme lacuna se abriu, as produções cinematográficas não tinham mais suporte algum, estávamos indefesos à invasão dos filmes americanos sem nenhuma condição de resposta.
Neste viés, de entregues à própria sorte, chamamos a atenção para algumas iniciativas, a atuação, do então Ministro da Cultura Paulo Sérgio Rouanet foi de crucial importância, surgindo assim a famigerada, Lei Rouanet 1991 como importante instrumento de fomento à Cultura, único por longo período.
Como mais opção ao desenvolvimento do audiovisual, surge a Lei nº 8.685 de 20 de julho de 1993, que cria mecanismos de fomento a atividade Audiovisual, um aperfeiçoamento que realmente foi o principal marco para o financiamento da atividade Audiovisual popularmente chamada de retomada.
Alguns políticos mais lúcidos tiveram a iniciativa para preencher a lacuna deixada, no Rio de Janeiro, em agosto de 1992, a Prefeitura Municipal tendo à frente o prefeito Marcello Alencar, cria a RioFilme com Mariza Leão a frente como primeira presidente, José Roberto Gifford como diretor financeiro e Paulo Sérgio Almeida como diretor comercial e inicia o seu funcionamento já em novembro do mesmo ano com o lançamento de três filmes. No Rio Grande do Sul, o projeto do Cais do Cinema lançado, alardeadamente, por Olívio Dutra, infelizmente não saiu do papel.
Após as iniciativas bem sucedidas de instrumentos de fomento a produção, a comunidade do cinematográfica e de audiovisual começaram a fazer a sua parte, surgindo a partir de 1995 a chamada retomada.
Assim alguns produtores até então pouco conhecidos tais como Carla Camuratti- Carlota Joaquina, Bruno Stroppiana- Gabriela, Tarcísio Vidigal – Menino Maluquinho, Diler Trindade que se transformou no maior produtor com dezenas de produções, Paula Lavigne, Jofre Rodrigues Vestido de Noiva, Carlos Moleta o Gatão de meia Idade, dentre outros jovens estreantes. Já os tradicionais produtores, L.c. Barreto- Quatrilho. Mariza leão – Canudos, Nelson Pereira dos Santos.
Algumas iniciativas que merecem destaque, se somaram ao esforço da comunidade de audiovisual, o Filme B, criada em 1997 por Paulo Sérgio Almeida é um importante instrumento de divulgação e análise de informação sobre o mercado cinematográfico além coletar dados das bilheterias em tempo real, o Grupo Novo de Cinema que representou o Brasil em feiras e atividade internacional, Festival do Rio com associação de vários produtores e exibidores funcionou, e ainda funciona como importante instrumento de afirmação da atividade. Nesta linha de transformações a infraestrutura acompanhou o momento, inovando novas tecnologias e processos, tais com a Transcrição de Som Ótico Digital operada por Roberto Carvalho, Quanta iluminação com suportes técnicos, de equipamentos, de câmeras etc. até então inexistente nas produções brasileiras, Casablanca-Arlete Siaretta iniciando um centro inovador de produção antecipando a revolução digital, Estúdios Mega de som e logo depois de pós produção da família Otero. O principal laboratório Lider Cine de produção muito fragilizado pela extinção da Embrafilme, outrora sensação do cinema novo que fazia de sua sede, a sala de encontros do cinema novo à Rua Álvaro Ramos, sede da Lider, mudou de mãos sendo operado a partir de 1996 por Wilson Borges, empresário de outros setores que entrou na atividade de forma vertical.
Adquirindo os Laboratórios Lider, parte da distribuidora Lumiere, adquire no México o Laboratório e New Art., se associando a exibidores, fomenta e financia dezenas de projetos cinematográficos. Como parte da resposta do setor, os laboratórios Líder passam ao nome de Labocine e Labocine Digital no Rio, Cinema Copiagens e revelação em São Paulo.
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VALERIA MAGNABOSCO BLANCO
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